31/10/2017

Resenha: Narcosis

Vídeo do Playthrough: https://youtu.be/qYO1pTnKIsY

O efeito "SOMA" ainda existia em mim quando fui procurar algum jogo indie, ou não tão longo, para poder gravar e salvar para o dia 31. Queria uma história forte, sustos, um bom filme para os que viriam assistir. Narcosis foi o fruto de um desejo quando eu percorria o Marketplace, a plataforma escolhida foi o Xbox One.

Não conhecia esse game, antes de ver ali - nunca havia visto. Realmente eu tinha mergulhado de cabeça nessa, e o resultado foi extremamente agradável. Não sabia o que esperar, mas parei para ver o trailer e vi o meu querido Soma ali.

Site Oficial com trailers, imagens e algumas informações. Assim como The Park, publicado no dia anterior, no canal, esse também é pago, custando em torno de trinta e poucos válidos reais.

História: (sem spoilers)
Em Narcosis, você é um engenheiro e participante do Projeto Oceanova, que acredita na eficiência de um novo combustível, o Metano. Porém, em um dia de trabalho, um abalo destrói todos os complexos e habitáculos do projeto, levando à morte de praticamente todos os funcionários.
E o seu papel é resgatar eventuais companheiros, e verificar o tamanho do estrago. Mas como um game de Terror, você não está sozinho e para deixar a situação mais complicada, o seu tanque de O2 está com problemas, e a perda de oxigênio é constante durante todo o percurso. A única ajuda na imensa escuridão, é um conjunto de dez sinalizadores e uma faca.


Durante todo o percurso, surgem trechos de conversas que aos poucos vão se juntando, e nós mesmos compreendemos o que se deu, o que aconteceu. É tudo explicado muito bem, a partir do momento que a tragédia ocorreu. Praticamente em cada um dos 13 capítulos (ou Registros de Eventos) há algum quebra-cabeça a ser resolvido o mais breve possível, para o próprio personagem não se perder na insanidade.

Prós & Contras: (com spoilers)
Antes de mais nada, deixarei claro que apreciei demais esse game da mesma forma como fiz com SOMA, e assim, Narcosis vale muito a pena, compensa o dinheiro e o tempo. "Ponto". Mas por melhor que seja, não anula certos... Defeitos que foram para mim, que atrapalharam diversas partes. Por mais que eu entenda a idéia de cada um deles.

Começarei pelo pior que considero: controles. Compreendo que o efeito era o mais realista possível, assim sendo, você usa um traje de mergulho de meia tonelada, e é óbvio que locomoção não é a coisa mais prática do mundo. Mas no game isso incomodou, pois tive muita dificuldade de virar o personagem para ambos os lados. Se em situações sem estresse era difícil e incômodo, piorava com ataques dos animais, fazendo com que a perda de oxigênio fosse o dobro do normal. Você virava a cabeça do personagem, mas parecia um delay na hora de virar o corpo. Isso não foi nada prático!

Na forma de locomoção mais rápida, temos o Thrust. Ótimo, bem melhor do que uma "simples" corrida, podemos desviar dos animais, mas para trabalhar só com ele nos puzzles, complicava com o problema do andar, discutido acima. Acionava, mas ele não obedecia ao comando. Em uma das partes que temos que depender da força do Thrust para subir nas mesas, demorei horas mais do necessário, pois a junção de tudo isso parecia desnortear o próprio personagem (lag) e lá morria e tinha que recomeçar o ciclo tudo de novo.

Entramos em um outro fator: o game apenas salva de capítulo para capítulo. Raras eram as vezes que algo importante culminava em um salvamento. E isso atrapalha o suficiente para termos que recomeçar os capítulos.

Consola pensar que todos esses fatores negativos são parte do desafio do jogo.

A faca que temos no jogo apenas ajuda, mas depois de várias tentativas de ferir os animais hostis, depois que eles já se aproximaram e atacam você. E aliás, tem criaturas que de fato não há como lutar, é apenas na base do stealth. (O pior era quando você não via saída em um ninho). E acrescenta-se o problema de até nisso parecia existir um "lag", pois esfaquear não atingia a criatura que estava ali, em você.

O mais incômodo feature sem dúvida foi o oxigênio. Achei muito bacana nós termos que lidar com a pressão disso, e como dito, de que ele ainda por cima não funcionava direito, pois causava vazamento de gás. Mas, a um primeiro momento, não pude explorar por completo o game, pois tanques de oxigênio não se acha com tanta facilidade durante o game. Literalmente debaixo da água, pouco foram os encontrados. Encontrava-se disponíveis em corpos que ao se aproximar, causava estresse no personagem o suficiente para quando trocar o gás, não elevava ao máximo e tinha que buscar outro suprimento, longe dali.
E repetir cenas quando se morre, não resetava os tanques, ou seja: momentos difíceis sem oxigênio.

Muitas das cenas foram difíceis com esse conjunto de falta de oxigênio + faca que não corta + thrust que não obedece + o corpo do personagem não responde.

Por muito pouco, não atrapalhou o aproveitamento. A história em si é bastante tocante, tensa de visualizar e pensar estar na mesma situação, não só por ver companheiros em fuga no desespero, quanto você perdido numa imensidão hostil, em que a única forma de viver estava contada. E como dito no game, o que te protegia podia te matar a qualquer momento.

Narcosis é muito imersivo.
Tem ótima trilha, sem exageros ou sons fora do lugar e isso combinado com uma ambientação bem detalhista e bem montada. Particularmente estou satisfeita com o que escolhi para postar no dia 31/10. Cheguei a ler que o tempo total leva de uma hora a uma hora e meia, mas consegui montar quase três horas de jogo, e assim se completando com 14 capítulos.
Seria ótimo um Narcosis 2, não acharia ruim. Assim como SOMA 2 porque né... Facilmente o game na minha opinião levaria 9 ou 10/10, está recomendadíssimo!

Happy Halloween!